Namorar cedo - outra versão.

Thaís estava com 15 anos, primeiro colegial e era motivo de piada na sala. Afinal, era a única "BV" entre todas as outras e, por algum motivo, todos sabiam disso. Talvez por seu jeito tímido e por não dar liberdade aos rapazes.
Ás vezes era muito difícil passar por tudo isso. Sozinha, em casa, à noite, ficava pensando em como poderia deixar de passar por essas humilhações. Será que era melhor acabar ficando logo com um menino só para não ser mais chamada de BV? Mas eles não eram nada do que ela sempre sonhou: falavam tantas asneiras a respeito das mulheres, de forma machista e desrespeitosa. Thaís não conseguiria se submeter a isso.
Ficava pensando se, em algum lugar do mundo, ainda existira algum rapaz que levasse a sério um compromisso, que saberia esperar, que a respeitasse e que não saísse por aí beijando todo mundo até encontrar uma garota certa, como se fossem automóveis prontos para teste drive.
A cada dia que passava, as esperanças de Thaís diminuíam, os rapazes a decepcionavam cada vez mais.
Na igreja o pastor de jovens sempre falava sobre a importância de esperar e de priorizar o encontro com Deus. Thaís pensava por que parecia tão simples quando ele falava.
Mas foi em um dos encontros de jovens que Thaís conheceu Fábio. Atencioso, engraçado, levava sua Fé muito a sério e parecia muito mais responsável do que os outros garotos de 16 anos. Estudava, trabalhava, queria fazer faculdade e ter seu próprio negócio.
Quando começaram a conversar a afinidade fluía por todos os lados. Quando se despediam para ir embora já não viam a hora de se encontrar de novo. Se tratavam com respeito, as horas gastas com simples e pura conversa pareciam ser a melhor coisa que se havia para fazer juntos.
Fábio acabou se declarando e Thaís o fez passar pela prova de fogo: esperar. Se ele fosse capaz de esperar para namorar, seria capaz de conseguir qualquer outra coisa.
A espera foi longa e paciente, sem beijo, sem proximidade. Apenas um desvendando o outro pela conversa e pelo comportamento. Thaís viu que Fábio não a forçava a nada, tinha a mesma paciência que Jacó teve para esperar Raquel. Era a prova de que ela precisava, ele era forte, era fiel.
Gastaram esse tempo juntos se preparando para o namoro e conhecendo cada vez mais a Deus. E antes dos 20 anos, oficializaram o namoro que seria a preparação para o tão esperado casamento.
O primeiro beijo foi melhor do que Thaís sempre planejou: sob a luz da lua, com respeito e com alguém que não estava apenas a testando, mas fazendo daquele gesto um compromisso para o resto da vida.

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