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Não sei se foi com 13, 15 ou 17 anos. Mas você já passou por isso. Você já levou mais em conta a opinião dos outros do que a sua.
O tenebroso da história é quando você se depara com pessoas que já viraram a curvinha dos 20, outras já tão com um pézinho (ou o corpo todo) nos 30 e ainda possuem a eterna preocupação da mente adolescente, que é, nada mais, nada menos do que: (tcharam): A OPINIÃO ALHEIA.
Dizer que não tá nem aí pra opinião de ninguém é uma mentira, não é mesmo? Todo mundo se preocupa pelo menos um pouquinho com a impressão que está deixando. Até aí tudo bem, absolutamente normal. Esse comportamento garante a educação, a ética, os bons costumes, em uma sociedade cada vez mais egoísta.
O problema, quero frisar, está na preocupação EXAGERADA com a opinião dos outros. E o problema cresce quando pessoas hipoteticamente maduras, se comportam como adolescentes que SÓ se preocupam com a opinião dos outros.
Não posso generalizar os adolescentes, há as exceções. Mas também há a maioria rs.
E acho triste quando pessoas não querem ser vistas com tal pessoa porque ela não é descolada o suficiente. Ou não vão à igreja porque lá é lugar de gente "careta" (quem disse isso? Seu amiguinho rebelde?) Ás vezes até deixam de curtir uma página ou publicação no face, ainda que gostem e concordem, porque têm medo de ser mal interpretados.
É triste também quando você não gosta daquela roupa, nem daquela música, nem daquela série, mas todo mundo gosta, então você acaba engolindo  gostando também.
Se você já passou por isso, parabéns, venceu uma fase. Mas se o tempo tem passado e, na sua mente, você sempre deve prestar satisfações silenciosas através de suas escolhas a alguém ou à sociedade, você realmente precisa se avaliar. Isso é escravidão.
A única opinião que realmente importa é a de Deus. Se você estiver de bem com Ele, sua consciência vai ficar tranquila. E Deus quer apenas isso que você tenha paz, convicção e Fé.
Eu prefiro prestar contas dos meus atos a Ele. E você?

Thaís estava com 15 anos, primeiro colegial e era motivo de piada na sala. Afinal, era a única "BV" entre todas as outras e, por algum motivo, todos sabiam disso. Talvez por seu jeito tímido e por não dar liberdade aos rapazes.
Ás vezes era muito difícil passar por tudo isso. Sozinha, em casa, à noite, ficava pensando em como poderia deixar de passar por essas humilhações. Será que era melhor acabar ficando logo com um menino só para não ser mais chamada de BV? Mas eles não eram nada do que ela sempre sonhou: falavam tantas asneiras a respeito das mulheres, de forma machista e desrespeitosa. Thaís não conseguiria se submeter a isso.
Ficava pensando se, em algum lugar do mundo, ainda existira algum rapaz que levasse a sério um compromisso, que saberia esperar, que a respeitasse e que não saísse por aí beijando todo mundo até encontrar uma garota certa, como se fossem automóveis prontos para teste drive.
A cada dia que passava, as esperanças de Thaís diminuíam, os rapazes a decepcionavam cada vez mais.
Na igreja o pastor de jovens sempre falava sobre a importância de esperar e de priorizar o encontro com Deus. Thaís pensava por que parecia tão simples quando ele falava.
Mas foi em um dos encontros de jovens que Thaís conheceu Fábio. Atencioso, engraçado, levava sua Fé muito a sério e parecia muito mais responsável do que os outros garotos de 16 anos. Estudava, trabalhava, queria fazer faculdade e ter seu próprio negócio.
Quando começaram a conversar a afinidade fluía por todos os lados. Quando se despediam para ir embora já não viam a hora de se encontrar de novo. Se tratavam com respeito, as horas gastas com simples e pura conversa pareciam ser a melhor coisa que se havia para fazer juntos.
Fábio acabou se declarando e Thaís o fez passar pela prova de fogo: esperar. Se ele fosse capaz de esperar para namorar, seria capaz de conseguir qualquer outra coisa.
A espera foi longa e paciente, sem beijo, sem proximidade. Apenas um desvendando o outro pela conversa e pelo comportamento. Thaís viu que Fábio não a forçava a nada, tinha a mesma paciência que Jacó teve para esperar Raquel. Era a prova de que ela precisava, ele era forte, era fiel.
Gastaram esse tempo juntos se preparando para o namoro e conhecendo cada vez mais a Deus. E antes dos 20 anos, oficializaram o namoro que seria a preparação para o tão esperado casamento.
O primeiro beijo foi melhor do que Thaís sempre planejou: sob a luz da lua, com respeito e com alguém que não estava apenas a testando, mas fazendo daquele gesto um compromisso para o resto da vida.

Leia também: Namorar cedo.
Thaís era uma menina tímida do interior como tantas outras. Mas sua beleza chamava a atenção dos garotos e ela estava bem ciente disso.
Por causa da timidez, procurava não dar ouvidos aos elogios que recebia. O medo que sentia da reação dos pais também era algo que a impedia de ir na onda dos garotos. Os pais eram rígidos e não gostavam que Thaís sequer conversasse com eles.
Mas, aos 13 anos, numa festa de aniversário de uma colega de classe, Thaís teve sua primeira experiência com um garoto de 15. Foi seu primeiro beijo.
Dali em diante, ficar com um e com outro era rotina. Já que os pais não descobriram o que rolou no níver da amiga, certamente não descobririam as vezes seguintes. E de fato não descobriram.
Aos 14 anos, Thaís conheceu Fábio, por quem se interessou rapidamente. Os dois, inevitavelmente, acabaram ficando. Ao contrário dos demais garotos, Fábio ficou com Thaís por diversas vezes, sempre às escondidas, mas ela estava disposta a se arriscar, estava apaixonada.
Fábio, que tinha 16 anos, era mais experiente que os garotos anteriores. Já tinha namorado "sério" um tempo e por isso, se dispôs a assumir o relacionamento com Thaís, pedindo a permissão dos pais dela. Isso a impressionou completamente. Ele queria algo sério. Ele ia ter coragem de enfrentar o pai. "Ele é o cara certo" - ela pensava.
Permissão dada, Thaís começou a namorar aos 14 anos de idade. Imatura, insegura, movida por impulsos e emoções, uma adolescente típica. Sonhadora, pensava que iria se casar com Fábio um dia. Quando? Dali uns quatro anos, quem sabe, quando fosse maior de idade.
Ou então após terminar a faculdade (que ainda não sabia qual, mas sabia que ia fazer uma faculdade), quando ela e Fábio tivessem empregos estáveis e dinheiro. Planos eram o que não faltavam em sua mente tão jovem e tão iludida, pensando que tudo era tão simples e que o amor de um pelo outro os faria superar qualquer dificuldade.
Fábio aproveitava todas as oportunidades para declarar seus sentimentos a Thaís. Mensagens no celular e na internet, cartas, gritos no meio da rua. Ela estava nas nuvens.
Thaís já não precisava mais de suas amigas. Tinha Fábio e ele era seu namorado, melhor amigo e companheiro. Afastou-se de todas elas porque ele achava que as meninas poderiam falar sobre seus "concorrentes". Thaís não queria desagradar Fábio de jeito nenhum.
Por isso também não tinha mais nenhum contato com nenhum outro garoto, nem o mínimo contato. A não ser algum amigo de Fábio, com a presença dele e muitas restrições e vigilância.
Já não saía de casa aos finais de semana, pois seus compromissos se resumiam a um ir até a casa do outro. Não percebia o que estava acontecendo: estava perdendo os melhores anos de sua vida submetendo-se a uma reclusão, onde a exclusividade era toda de uma pessoa que, assim como ela, não tinha maturidade para entender o que era um relacionamento.
O tempo foi passando e o namoro seguiu em frente. Com o aumento da intimidade veio o início de uma vida sexual. Thaís e Fábio tinham certeza que iriam se casar, por isso não viam problema em uma entrega total, cheia de cumplicidade. A aliança de compromisso no dedo trazia a eles a sensação de que eram inseparáveis.
Também vieram os desentendimentos e as decepções quando começaram a conhecer os defeitos um do outro. Vieram as dúvidas se eram mesmo "a pessoa certa" e as comparações com outros casais. O relacionamento estava desgastado.
Thaís estava com 19 quando parou para pensar em seus últimos cinco anos. Não tinha amigas, não fazia outra coisa a não ser tentar agradar Fábio, não tinha perspectiva de futuro, dependia dele para tudo, não conseguia mais imaginar sua vida sem ele. Os planos para o casamento pareciam um grande engano, pois Fábio não trabalhava e não assumia responsabilidades. Como pensar em casamento assim?
Ela também não dava conta da própria vida, pois recorria sempre à ajuda da mãe para as mais simples tarefas. Como cuidaria de uma casa e de um marido?
Thaís pensou em terminar o namoro e ficar um tempo só, sem ter que se preocupar em dar tantas satisfações de sua vida. Pensou em voltar a ter amigas, voltar a ter liberdade, voltar a ter direito de ir e vir, já que Fábio tinha uma personalidade ciumenta e dominadora. Mesmo com essa vontade, não havia coragem. O fim do namoro parecia a amputação de um membro.
Foram tantos anos e tantas experiências juntos, suas famílias já eram ligadas. Mas Thaís não era feliz. Achou que a atenção que ganhava de Fábio iria preenchê-la, e até foi assim por um tempo, mas passou.
Enquanto pensava sobre o que fazer de sua vida, Thaís descobriu a traição. Jamais imaginaria isso de Fábio. Mas a infidelidade justificou o porquê de tanto ciúmes e sentimento de posse: ele não queria que ela fizesse o que ele fazia. Bem que diziam que quem muito desconfia é porque faz o que tanto teme.
Hoje Thaís está só e lamenta os anos perdidos com Fábio. Tudo teria sido evitado se não tivesse entrado em um relacionamento tão cedo, com tanta imaturidade.
Relacionamento é coisa séria, e você não pode se iludir. Entrar em um namoro por carência de atenção ou só para "arriscar" e ver se vai dar certo pode prejudicar o resto dos seus dias.
Namore quando tiver responsabilidade sobre sua própria vida, dinheiro, estabilidade, condições para se casar e maturidade (maturidade é saber lidar consigo mesmo e com os outros).
No próximo post, a história de Thaís e Fábio em uma versão em que dá certo.  

Leia também: Namorar cedo - outra versão.
Quando falamos em primavera lembramos logo de flores, paisagens bucólicas, e se você é uma pessoa clássica, lembra dessa música aqui kkkk.
Na tradução da Bíblia feita por João Ferreira de Almeida, o capítulo 11 de Eclesiastes fala sobre a "primavera da vida". Veja só:
"Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade." (Eclesiastes 11:9-10)
Mas o que seria essa tal primavera da vida?


Bom, a juventude é o período da força total. Força física, força da criatividade, força dos hormônios, força da disposição, força dos sentimentos, força da disposição. Ou seja, na juventude, tudo é muito intenso.
Quem nunca fez grandes amizades no colegial e achou que aqueles amigos seriam para a vida toda? Você colocou toda sua força nas amizades, mas se você já saiu do colegial está ciente de que nem toda amizade é para sempre, mesmo aquelas em que você investiu muito do seu tempo e do seu ombro amigo.
Quantos jovens entram em relacionamentos amorosos aos 14/15 anos ou menos, e só depois dos 20, quando sua mente já está realmente formada, percebem que perderam seus melhores anos sendo enganados pelo próprio coração ou até se submetendo a humilhações e traição?
Enfim, nessa fase tudo é muito intenso e tudo tem muita força. Acredito que por isso seja a fase que a Bíblia chama de primavera da vida. Nessa época, tudo deveria ser bonito como a primavera, mas devido a grande maioria dos jovens serem movidos apenas por suas próprias emoções e esquecerem-se de Deus, as flores tornam-se espinhos.

A força que os jovens investem, na maioria das vezes é em coisas que a Bíblia chama de vaidades, ou seja, futilidades, coisas que não levam ninguém a lugar nenhum. Colocam sua força em tudo aquilo que a mídia e a moda sugerem, sem avaliar se de fato aquilo é benéfico. Por isso tantos jovens perdidos e fracos, enquanto deveriam ser mais fortes do que nunca, afinal, são jovens.
Na tradução da Bíblia Fiel (ACF), ao invés de "primavera da vida" encontramos a palavra "adolescência", onde não é simplesmente a juventude, mas aquela fase de transição total, o comecinho de tudo, vocês sabem, não é? Quando você pensa que é adulto, mas não passa de uma criança. Pensa que tem personalidade, mas é o maior mente fraca kk, influenciado pela música, pelas novelas, pela internet.

O plano de Deus era que a adolescência e a juventude fossem a primavera da vida, ou seja, uma fase bonita e cheia de boas lembranças. Ele até deu a receita pra isso no versículo acima, leia de novo, o de Eclesiastes. Ele diz para você se alegrar, remover a dor e o desgosto e lembrar que um dia vai prestar contas de tudo, ou seja, você tem que ter responsabilidade.
Mas entre ouvir os conselhos de Deus e ouvir os conselhos da mídia (inclui-se aqui youtubers desocupados, celebridades que se afundam em drogas e álcool e etc) a maioria dos jovens preferem a segunda opção. E aí a primavera se torna uma floresta de cactos.
Não é a toa que vemos um grande número de jovens que se auto mutilam, que entram em depressão ou se suicidam. Deus pede que nos alegremos, mas eles se deixam influenciar por tudo o que há de sombrio nesse mundo, desde músicas até filmes.
Não é a toa que o maior índice de mortes em acidentes automobilísticos está entre os jovens. Deus fala que prestaremos conta de tudo, mas eles se deixam levar pelas músicas que giram em torno de duas palavras: balada e beber (álcool, é claro). Adianta tanta campanha contra álcool no trânsito, com tanta música incentivando o contrário? O que fica mais na cabeça? O resultado taí: enche a cara, pega o carro, mata e morre.
Não é a toa que o número de adolescentes que já são mães (ainda que não tenham condição física, psicológica, espiritual e financeira) aumentou assustadoramente. Deus pede para removermos a dor do coração, mas a mídia (em especial novelas adolescentes) incentiva a seguir cegamente o coração, fazer a fila andar, nunca estar só e se entregar a outra pessoa fora de uma aliança de compromisso, o casamento. E tudo mundo segue, sem pensar.
Seria bem mais fácil ouvir a voz de Deus. Mas o mundo tem gritado mais alto.
Deus sabe que os jovens são fortes e têm total condição de vencer o mal: "Eu vos escrevi, jovensporque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno." (1 João 2:14) Porém, se você é jovem e não tem vivido a primavera da vida, tem sido fraco ao invés de ser forte, tem sido vencido e influenciado, verifique se tem ouvido os conselhos de Deus ou vozes de pessoas influentes, mas que não têm nada de útil para passar.
Ouça a voz  de Deus, pode crer que Ele tem o melhor pra você. Ele quer que você seja forte.
:)

Aqui eu falei um pouquinho de como fui influenciada na minha adolescência: E se eu fosse adolescente?
E aqui eu falo sobre 29/02, o livro que escrevi enquanto meditava no livro de Eclesiastes na Bília, onde uma das principais mensagens é justamente a juventude.


Sei que John Green tem muitos fãs, mas ainda assim, me arrisco a ser sincera na minha análise deste livro.
Cidades de Papel não é o tipo de livro que eu leria por livre e espontânea vontade, mas devido a um trabalho de curso, me aventurei nesta missão. Por outro lado, eu realmente queria saber porque John Green faz tanto sucesso entre o público jovem, e também queria saber a que se refere o título da história. Vamos por partes.
Cidades de Papel conta a história de Quentin, ou simplesmente “Q”, e sua vizinha misteriosa Margo. Como as típicas histórias adolescentes norte-americanas, Quentin é um cara comum, que apanha dos valentões, não é popular, não é galã, e tem um grupo de amigos com as mesmas características. Por outro lado, Margo é bonita, popular, conquista todos os garotos e inevitavelmente namora o mais popular de todos eles. Quentin e Margo eram amigos de infância, mas na adolescência cada um tomou seu rumo graças às diferenças de personalidade.
Certa noite, Margo aparece na janela do quarto de Quentin, convida-o para uma aventura e, depois disso, ela desaparece por dias. Quentin e seus amigos começam uma busca por Margo, encontrando-a transformada em uma mendiga. Vou parar por aqui.
Por que “Cidades de Papel”? Margo costuma dizer que as pessoas, as coisas, as cidades, são todas de papel quando quer dizer que são vazias, fúteis, superficiais. Não são o que parecem, não são o que alguém idealizou. Ela reconhece ser uma pessoa “de papel”, que vive preocupada com status, popularidade, festas, aparência e a opinião alheia. Este é o motivo que a leva a abandonar tudo e viver sua vida “livre”.
Pontos fracos do livro: a primeira baixa dessa história é excesso de palavrões. Como escritora, eu sei que os diálogos caracterizam os personagens, e que John Green queria caracterizar seus personagens adolescentes.  Mas achei desconfortável o número de palavrões e obscenidades que escapam da boca dos personagens.
Muitos vão dizer que é a realidade e blablabla. Mas isso é um estereótipo. Quer dizer então que todo jovem fala palavrão? Todo jovem é malicioso? Todo jovem relaciona tudo a sexo? Não. Com certeza não. Mas provavelmente livros como esse colaboram para a robotização dos jovens, incutindo em suas mentes que “isso é ser jovem”, isso é o normal e aceitável pela sociedade e é assim que tem que ser.
Sou contra o palavrão e a obscenidade. Em excesso então, me dá náuseas. Ler aqueles diálogos me dava vontade de lavar a boca daqueles meninos – e meninas, mais feio ainda! – com sabão de soda.
Outro ponto fraco: na tentativa de falar sobre a preocupação dos jovens com a popularidade e tantas coisas fúteis, Cidades de Papel acabou se resumindo a isso. Não fica nenhuma lição, nenhum aprendizado, nada que te faça pensar depois. Você é a mesma pessoa antes e depois do livro.
O assunto poderia ser muito bem explorado, mas não. As pessoas são “de papel” e continuam sendo, inclusive Margo, que foge em busca de preencher seu vazio. Os personagens demonstram um egoísmo nebuloso, que nem todo leitor percebe, e a história termina assim, cada um pensando em sua satisfação pessoal e só. O interesse próprio é o que vale.
Vi comentários sobre o livro que diziam: “história sobre o verdadeiro amor”, “história sobre a verdadeira amizade”, e das duas uma: ou essas pessoas estão equivocadas ou é melhor não termos esse tipo de amor e de amigos, que apenas nos sugam e vão embora.
Mais um ponto fraco: usar citações bíblicas em vão. Os norte americanos são muito conhecedores e pouco praticantes da Bíblia. Como cristã, não aceito que algo sagrado seja usado em vão.
A personagem Margo usa passagens bíblicas de forma distorcida, para justificar a criação de uma lei própria de vingança contra seus “amigos”. Egoísta? Você não viu nada.
Pontos fortes: sinceramente, não achei. Mas o que aprendi com este livro é que a receita dele para o sucesso é a mesma de Hollywood: adolescentes estereotipados. O nerd, a patricinha, o valentão, baile de formatura, bebedeira, sexo sem compromisso, bullying,  e tudo aquilo que você já viu nos blockbusters desse tipo.
A juventude de hoje merece mais. Por isso que muitos jovens se resumem a isso. É uma pena.


A adolescência não é um período fácil. É aquela fase em que você não é oito e nem oitenta, é quarenta.
Quem nunca sentiu que era muito adulto para certas coisas e muito criança para outras?
Em época de provas bimestrais, quando éramos vítimas de uma fofoca, ou tínhamos que fazer algum tipo de esforço para obter algo, sentíamos saudade da infância, quando problemas eram quase zero e as recompensas chegavam até nós de forma bem simples.
Já quando tínhamos que cumprir o horário para chegar em casa, pedir permissões, prestar contas de onde e com quem estávamos, depender de uma mesada, o mundo adulto parecia bem mais atraente, e pensávamos: “Como eu gostaria de ser maior de idade.”
Eu tive poucos problemas na minha adolescência, se comparados a tantas histórias assustadoras que ouvimos por aí. Mas como quase todo adolescente, passei pela fase da rebeldia sem causa, da confusão de ideias, da tentativa de autoafirmação, da influência cega pela moda e pela mídia, da dependência de um grupo de amigos, aceitação e popularidade.
Hoje, a caminho dos trinta – a idade do sucesso como diz Jenna Rink em De Repente 30 – às vezes me pego pensando: e se eu fosse adolescente? Como agiria hoje, após tantas experiências e após ter alcançado uma maturidade que há anos atrás eu não tinha para resolver conflitos?
Bom, se eu fosse adolescente hoje, certamente as minhas experiências negativas tocariam um sinal de alerta para me precaver em diversas situações. Eu evitaria tudo aquilo que me prejudicou.
Eu ficaria menos preocupada em agradar alguns “amigos” só para tê-los por perto. Eu não faria coisas que a moda e a mídia ditam que você tem que fazer para ser legal. Eu não tentaria me autoafirmar. Eu respeitaria os mais velhos, ouviria mais conselhos, e entenderia que essas pessoas não querem “pegar no pé”, apenas querem que nos desviemos do caminho de espinhos pelos quais já passaram.
Hoje eu os entendo. Acho que hoje sou uma deles. Afinal, também passei pelo caminho espinhoso por achar que, mesmo ainda sendo um tanto criança, era muito adulta.
Mas vejam como é a vida, não é mesmo? Se não tivesse passado por isso, se não tivesse sido uma típica adolescente, não teria nada para contar, jamais entenderia aos que tanto me aconselharam.
Se eu fosse adolescente hoje, tentaria ser um bom exemplo, uma boa referência para outros adolescentes. Tentaria ser diferente e fazer a diferença. Não sairia seguindo a multidão usando o bordão: “mas o que é que tem demais? TODO MUNDO faz isso.” - Eu não seria “todo mundo”.
Em resumo, se eu fosse adolescente hoje, seria eu mesma. Custe o que custar, doa a quem doer. E quem quisesse ser meu amigo, teria que respeitar minha Fé, minha opinião, e eu obviamente, não seria mais aquela pessoa que acha que sempre está certa e não dá o braço a torcer.
Se eu fosse adolescente, iria aprender com meus erros. E se hoje posso escrever sobre isso, é porque creio que foi exatamente o que aconteceu: eu aprendi.
A vida segue, e de cada fase dela podemos aproveitar o máximo. É o que estou fazendo agora.
Se eu fosse adolescente, iria querer ser o adulto que sou hoje.