Análise de Filme: A Letra que Mata

A primeira vez que assisti esse filme foi no ano de 2011, um período que, ao meu ver, foi de revolução no cinema cristão, impulsionado pelos irmãos Kendrick.
Os filmes deste gênero saíram daquele campo que se limitava a falar apenas do Apocalipse e passaram a abordar temas do cotidiano pela visão cristã.
É bem verdade que, com o aumento da produção cinematográfica cristã, obras não tão boas assim surgiram nessa leva de filmes, nos obrigando a garimpar as melhores. Mas o legal é que tem muita coisa bacana para ser vista também.
Vale ressaltar que, como orienta o roteirista Brian Godawa em seu livro "Cinema e Fé Cristã - Vendo filmes com sabedoria", é necessário que tenhamos discernimento para não sermos anoréxicos tampouco glutões culturais. Ou seja, não aceitarmos tudo, mas também não  repudiarmos tudo. Como cristãos conscientes e inteligentes, devemos buscar o equilíbrio.
É isso que procuro fazer nas análises que publico aqui no blog, sejam elas de livros ou de filmes e sejam eles cristãos ou não.
Analisando o filme em questão, "A Letra que Mata", notei pontos muito positivos, mas também pontos negativos, que descrevo a seguir.
Positivamente, posso citar de início a ousadia do roteirista (que não descobri quem é) em escrever um suspense gospel que critica a religiosidade tão presente nas igrejas evangélicas. Isso foi muito inteligente e corajoso da parte dele.
Também achei bacana a tradução do título para português. O título original é "Dangerous Calling", em tradução livre "Vocação Perigosa". O título em português remete à passagem de 2 Coríntios 3:6 que diz:
"Ele nos capacitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica".
Este versículo é muito forte, nos fazendo entender que a religião não salva ninguém, apenas a Fé pura para o recebimento do Espírito Santo, e isso fica evidente no filme, onde a religião e o fanatismo evangélico são duramente criticados de forma muito coerente.

Negativamente, posso citar algumas cenas isoladas do filme, como por exemplo uma em que o pastor Evan (Steven Caudill) diz em tom de brincadeira: "Deus me odeia". Brincadeiras à parte, essa fala evidencia uma característica do personagem: um pastor com pouca convicção de sua Fé, que procura sempre o caminho mais fácil e tenta agradar a gregos e troianos, inclusive em suas pregações prontas e decoradas.
Sua esposa, Nora (Carrie Walrond), é quem apresenta um pouco mais de coragem e convicção, mas não é um tipo de cristã que demonstra aplicar a Palavra de Deus em seu dia a dia, recorrendo à mentira quando sente necessidade.
Assista o filme com atenção e você vai conseguir reparar tudo o que estou dizendo.

Vale a pena assistir, pois não sei se há pessoas que chegam à atitudes extremas como a senhora Pat, mas tem doido pra tudo, não é? kkk. Então assista e reflita sobre os malefícios da fé religiosa, pois a Fé que agrada a Deus nada tem a ver com religião. No dia que você entende isso, pode crer que está livre.

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